Atualmente a cirurgia é realizada em pacientes com amis de cinco anos de doença ou nos casos em que a doença é muito incapacitante. As primeiras manifestações, sintomas e sinais da doença de Parkinson costumam ser leves e podem variar de pessoa para pessoa. Eles, normalmente, começam em um lado do corpo e persistem mesmo depois de afetar o outro lado podendo incluir: tremor, rigidez e a bradicinesia (lentidão anormal dos movimentos voluntários).
O aparelho implantado é semelhante a um marca-passo usado em cirurgias cardíacas, porém, este serve para estimulação cerebral e que permite um alívio a partir da estimulação elétrica no ponto do cérebro em que é instalado. A cirurgia é indicada para reduzir a quantidade de medicamentos aos quais os pacientes são submetidos, e retardar o efeito da doença (não sendo uma substituição), mas reduz as doses e efeitos colaterais no organismo garantindo uma melhor qualidade de vida.
Neste caso, o paciente possui 60 anos e foi diagnosticado há dez com a doença. De acordo com o médico responsável pelo procedimento, Dr. Newton Moreira, o paciente tinha um comprometimento motor bem agressivo. “Por conta do tempo transcorrido até fazer a cirurgia, o paciente acabou perdendo muita qualidade de vida por conta das limitações motores que sofria, mas hoje, dois dias após a implantação do eletrodo, a evolução dele já pode ser percebida só pelo efeito lesional do aparelho. O gerador dele será ligado em até 20 dias para dar continuidade no tratamento”, comenta o médico.
Durante o procedimento o paciente permaneceu acordado, porém, sob anestesia local, podendo assim responder às perguntas e obedecer aos comandos motores estimulados pela médica neurofisiologista para nortear os caminhos a serem seguidos na implantação do eletrodo no cérebro. Após ser inserido, é possível perceber a melhora nos movimentos e a diminuição da rigidez no momento em que o eletrodo alça o ponto estratégico no “núcleo cerebral”. Em seguida, o médico fez a implantação de um pequeno gerador de marca-passo na região torácica, gerador este, que irá fornecer a eletricidade para o estimulador implantado no cérebro.
A equipe responsável pelo procedimento é composta pelo médico neurocirurgião, Dr. Newton Moreira, pela médica neurologista e neurofisiologista, Dra. Nathalia Cristaldo, pelo biomédico, Dr. Paul Rodrigo, médicos anestesistas, instrumentadora cirúrgica, enfermeiros e técnicos. Além disto teve o apoio do médico neurocirurgião, Dr. Luís Henrique Kanashiro, e do médico neurologista, Dr. Renato Ferraz.